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terça-feira, 27 de julho de 2010

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Review – Prince of Persia: The Forgotten Sands

Em 2008, tivemos um jogo da franquia Prince of Persia que tentou se reinventar, com um novo príncipe e uma nova história. Ele apostava na não-linearidade, com quase nenhum combate, deixando praticamente toda a ação na navegação pelo cenário. O formato foi recebido de forma morna por jogadores e crítica. Dois anos depois, aproveitando o lançamento do filme nos cinemas, a Ubisoft decidiu voltar à fórmula de Sands of Time, para criar um novo capítulo na história do príncipe.

A história de Forgotten Sands se passa entre o primeiro e o segundo jogos da trilogia (Sands of Time e Warrior Within). Depois de resolver os problemas no seu próprio reino com a ajuda da Adaga do Tempo, o príncipe é mandando para um reino vizinho, governado por seu irmão Malik, com o intuito de ter algumas aulas sobre como governar uma nação. Chegando lá, ele se depara com um cenário familiar: o palácio real está sob sítio de uma nação inimiga e o príncipe deve alcançar o seu irmão, que pretende liberar o “Exercito de Salomão”, uma força mística que poderá mudar a maré da guerra em favor de sua nação. Desnecessário dizer que Malik é bem sucedido em liberar o tal exército, que consiste de criaturas criadas a partir da areia, comandadas por um demônio chamado Ratash e, assim sendo, é claro que o príncipe precisará, de alguma forma, reverter essa situação… lógico.

Além da história ter um argumento meio barato, a primeira meia hora de jogo é tão familiar que se tem a impressão de se tratar de um remake de Sands of Time. O cenário de guerra e as mecânicas já bem familiares, como correr, saltar pelas paredes e a habilidade de retroceder no tempo, podem desanimar quem está procurando por algo novo. Mas com um pouco de paciência o jogador será recompensado, pois depois de um tempo você será apresentado a uma nova habilidade, o congelamento de água. Como o nome sugere, o jogador pode, por um tempo limitado, congelar fontes de água, tornado-as sólidas o suficiente para que possam ser usadas como plataformas, colunas e até mesmo hastes para você se balançar. Uma vez que possuir este poder, você começará a encarar desafios de plataforma mais intensos, muitos deles pedindo por um “timing” mais preciso.

Algo que se torna um cenário comum é você ter que saltar e desligar sua habilidade de congelamento por alguns instantes. Isso é necessário, em certos momentos, para que você possa transpassar uma cachoeira, por exemplo, e congelar novamente a água à sua frente, que precisa ser agarrada. Conforme o jogo avança, outras habilidades como uma espécie de “air-dash” e capacidade de criar plataformas e paredes, vão sendo incorporadas ao seu arsenal. Há também momentos em que seu uso precisa ser misturado, transformando o simples fato de ir do ponto A ao ponto B em verdadeiros desafios. A necessidade de um timing preciso gera desafios que, apesar de não serem impossíveis ou apelativos, deixam o jogo com um atrativo a mais. Porém, esse desafio não é perfeito devido à câmera que o jogo disponibiliza. Ao contrário de outros jogos da série, não há a opção de controlarmos o foco da câmera, ou mesmo uma opção como em Sands of time, em que ela dava uma panorâmica sobre o cenário, deixando visíveis os locais para os quais precisamos pular. A falta de controle e o fato de ela ser meio maluca, dando closes na cabeça do personagem ou mesmo não focando direito o caminho a ser tomado, deixam a navegação um pouco complicada.

Há também novidades na parte de combate. Eu me lembro que em Sands of Time enfrentar uma sala cheia de monstros era não só um desafio, mas quase um incômodo, já que às vezes as ondas de inimigos pareciam sem fim, enquanto sua vida e capacidade de poder voltar no tempo eram bastante limitados. Forgotten Sands, por sua vez, tenta dar um revitalizada nisso. A cada inimigo derrotado são rendidos ao príncipe pontos de experiência, que podem ser convertidos em upgrades para as habilidades. Há entre elas poderes elementais, como a habilidade de conjurar um furação, ou atirar rajadas de gelo contra os inimigos. Alguns outros são poderes passivos, como a possibilidade de causar mais danos com sua espada, e essas diferenças conferem certa variedade ao seu estilo de jogo. Mas se antes o combate era algo penoso, podendo ser cruel às vezes, agora ele se transforma em algo chato que parece mais uma obrigação; uma que muitas vezes se resume apenas em ficar esmagando o botão de ataque no seu controle. Para piorar, esse novo sistema de combate possibilita que enfrentemos, em certas ocasiões, mais de 20 inimigos de uma só vez. Mas, apesar da quantidade intimidadora, tudo que eles fazem é esperar para morrer, já que eles demoram um ciclo de vida inteiro para poder desferir um golpe. Com inimigos a granel que não tem um pingo de alma ou atitude, eles não passam de sacos de pancada para seus novos poderes, dando em certos momentos a impressão de estar jogando Dynasty Warriors.

Jogando contra o título temos um roteiro previsível, um sistema de combate que merecia um pouco mais de trabalho e uma duração bem curta, que tem como atrativo, depois de terminado, apenas algumas sessões de luta contra ondas de inimigos. A favor temos as mecânicas novas na hora de navegar pelos cenários que resultam em acrobacias diversas, com uma dificuldade gradual que irá agradar quem gosta de desafios. Além disso, temos também alguns quebra-cabeças bem espalhados pela aventura e uma trilha sonora que parece adivinhar o momento certo de entrar em climax.

The Forgotten Sands é bonito e agradará aqueles que desejavam um game da franquia com a fórmula antiga. Mas, infelizmente, passa longe de ser memorável quanto os jogos anteriores.

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