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terça-feira, 27 de julho de 2010

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Review – Split/Second

Split/Second é o novo game do estúdio Black Rock em parceria com a Disney Studios, repetindo a parceria de 2008 que resultou no ótimo Pure. O resultado é um game de corrida com um toque de surrealismo e explosões.

O jogo se passa dentro de um programa de TV fictício de mesmo nome, que consiste em exibir corridas de carro por ambientes urbanos e industriais. Enquanto correm em alta velocidade, os competidores podem acionar efeitos que podem tirar seus adversários da corrida. Esses efeitos vão desde carros estacionados que explodem a obstáculos absurdos como aviões que despencam do céu e prédios que desabam na sua frente.

Você começa o jogo como um piloto iniciante que, depois de passar por uma corrida de tutorial, entra na nova temporada do programa; em outras palavras, um modo de carreira chamado Season. Essa temporada é dividida em 12 episódios, sendo que cada episódio possui cerca de meia dúzia de eventos que culminam em uma corrida final (Elite Race) que define sua classificação geral. E dependendo da sua posição você passa ou não para o episódio seguinte, podendo recomeçar quantas vezes quiser.

Durante as corridas, você utiliza um medidor que é carregado conforme faz derrapagens (drift), segue de perto o carro da frente (draft) e realiza outras manobras estilosas. Quando um dos três níveis desse medidor está completo você pode ativar uma Powerplay, efeito que faz de Split/Second mais do que uma simples disputa pelo primeiro lugar.

As powerplays, quando ativadas, disparam vários efeitos na pista para atingir os adversários e tirá-los de circulação por alguns segundos. Ônibus em chamas que caem no meio da rua, bombas que são jogadas de helicópteros e bolas de demolição são mais alguns exemplos. Se o medidor estiver cheio, completo com os três níveis, você pode acionar um efeito ainda mais devastador como, por exemplo, um trêm descarrilhando e represas que explodem. E o efeito é tão poderoso que, além de atingir vários carros de uma vez, pode alterar o percurso da pista.

Todos esses efeitos e explosões durante as corridas dão um toque único ao game, principalmente quando você está conhecendo as pistas. Correr nelas pela primeira vez oferece uma sensação de surpresa ainda maior, já que cada explosão e armadilha é totalmente inesperada. O jogador tem a plena sensação de estar dentro de um filme de ação dirigido por Michael Bay.

No total são 11 pistas cujo cenários variam entre usina, porto, canteiro de obras e um cemitério de aviões. Porém muitos trechos dessas pistas são iguais, sendo reaproveitados em mais de uma pista e dando uma forte sensação de reciclagem. Logo após algumas voltas você pegará o jeito de cada pista, decorando onde ficam os pontos certos para acionar suas powerplays e em quais curvas tomar cuidado. Por consequência, a emoção e adrenalina diminuem com o tempo.

Amenizando o problema das poucas pistas e como elas podem ficar manjadas em pouco tempo, Split/Second tem alguns modos variados de jogo. Temos o óbvio Race, em que ganha quem chegar em primeiro. Elimination é uma corrida com contador de tempo que, ao zerar, o último colocado é eliminado. Detonator é você correndo contra o tempo e sobrevivendo a explosões. Em Survival, você corre por um circuito desviando de barris explosivos que são jogados por caminhões; passar por eles dão pontos que aumentam sua colocação na corrida. Há ainda o Air Attack e Air Revenge, em que você desvia dos ataques de um helicóptero. A diferença é que em Air Revenge você consegue refletir os mísseis que são atirados em você usando as powerplays.

O visual e ação de Split/Second são realmente seus grandes atrativos, o suficiente para entretê-lo por muitas horas. Mas no geral, trata-se de um jogo mediano. As powerplays são bonitas, interessantes e às vezes até impressionantes, mas perdem o brilho conforme você as usa com frequência. Não há como aumentar a dificuldade ou mesmo um modo para criar pistas (mesmo que aleatórias).

Outro detalhe que me incomodou foi a direção no estilo Arcade. O controle dos veículos é duro e a física da movimentação e balanço dos veículos aparenta ser a mínima possível. A única forma de garantir a vitória é usar o máximo de powerplays possíveis contra os adversários, assim como evitar ser pego pelas próprias armadilhas. Muitas vezes você depende da sorte para ganhar uma corrida, principalmente as classificatórias, que exigem que você chegue entre os três primeiros colocados para passar para o próximo episódio da temporada. Caso contrário, terá que recomeçar o jogo. Faltou a opção de poder usar as barras de powerplay para um eventual turbo. Outra sugestão seria a inclusão de um replay instantâneo que volte seu carro no tempo, como em Grid ou Dirt 2, para evitar as armadilhas ou refazer as curvas.

O multiplayer sofre das mesmas limitações. Enfrentar jogadores reais oferece maior desafio e surpresas, porém existem certos percalços na hora de montar as corridas. Não há a possibilidade de mudar o número de voltas ou limitar os tipos de carros, deixando as corridas um pouco desequilibradas. Isso porque os carros disponíveis são os mesmos que você abriu no modo Season. Em outras palavras, os jogadores iniciantes terão maior dificuldade para enfrentar os veteranos.

Split/Second é um game bem produzido e divertido, mas que enjoa rápido por conta de suas poucas pistas e limitações técnicas. A Black Rock não errou na ideia de misturar o gênero corrida com o gênero ação, mas esqueceu de dar um capricho a mais. Mesmo assim, eu recomendo Split/Second para aqueles que adoram corrida e destruição em massa.

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